Alagoas registra quase 10 mil casos de HIV e Aids em 12 anos

Dezembro vermelho traz conscientização sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento

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Dezembro é o mês de conscientização sobre a prevenção e diagnóstico precoce do HIV e Aids. Em Alagoas, ao longo dos últimos 12 anos, foram registrados 9.590 casos dessas Infecções Sexualmente Transmitidas (ISTs), que podem ser prevenidas com o uso de preservativos durante as relações sexuais, assim como de materiais descartáveis ao utilizar agulhas ou manipular feridas.

Diferente do que algumas pessoas podem pensar, HIV e Aids não são a mesma coisa. O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)  é o vírus causador da Aids, que ataca células específicas do sistema imunológico, deixando o corpo sem defesa para outras infecções. Mas, apesar de não ter cura, uma pessoa com HIV pode nunca desenvolver Aids, que é quando o vírus está em situação avançada e incapacita o sistema imunológico, fazendo com que outras doenças surjam.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) analisados pela Agência Tatu, em Alagoas, de 2014 (quando a notificação do HIV tornou-se obrigatória) até outubro de 2021 foram contabilizados 5.182 casos de HIV em todo o estado. Já as informações sobre a Aids são um pouco mais antigas: ao longo de quase 12 anos – janeiro de 2010 a outubro de 2021 – o estado registrou 4.408 diagnósticos.





Este ano as notificações de HIV aumentaram, saindo de 571 em todo o ano passado, para 620. Já com relação à Aids houve uma redução. Nos dez primeiros meses deste ano foram registrados 199 novos casos da doença, enquanto em todo o ano de 2020 foram 351.

De toda a série histórica, 2.949 homens foram notificados com Aids e 3.245 com HIV. Já no caso das mulheres foram 1.459 registros de Aids e 1.937 de HIV.

Diagnóstico precoce evita avanço do vírus

De acordo com Teresa Carvalho, técnica do Programa de Prevenção à IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde de Maceió, os dados epidemiológicos apontam para o crescimento de casos de HIV nos últimos anos. Ela explica algumas possíveis causas desse maior registro.

“O aumento da oferta de testes proporciona a oportunidade de acesso ao diagnóstico em tempo oportuno, a redução do uso de preservativo e a dificuldade de dialogar com os jovens sobre prevenção nas escolas são dificultadores ao trabalho de prevenção”, detalhou.

Carvalho ainda explicou como a assistência às pessoas em tratamento foi feita durante o ano passado. “O atendimento nos serviços especializados continuou normalmente. Foram adotadas estratégias de espaçamento de consultas e entrega de medicamentos para 90 dias, para pacientes com boa adesão ao tratamento, o que colaborou para preservar o distanciamento social sem prejuízos ao tratamento”.

Entre os sinais e sintomas estão dor de cabeça,  febre baixa,  cansaço excessivo, ínguas inflamadas, garganta inflamada,  dor nas articulações, aftas ou feridas na boca, suores noturnos e diarréia. No entanto, algumas pessoas podem não apresentar nada e a fase assintomática durar até 10 anos.  “Por isso a importância de realizar o teste rápido pelo menos uma vez ao ano. Somente em Maceió, 4 mil testes são realizados por mês”, completou a técnica.

Uma pessoa com diagnóstico positivo para HIV pode nunca desenvolver Aids, desde que seja tratada e tenha boa adesão ao tratamento. Assim, a pessoa poderá ficar indetectável, ou seja, não apresentar o vírus ativo, quebrando a cadeia de transmissão.

A prevenção combinada considera diversas estratégias como disponibilização de preservativos, profilaxia pós e pré exposição (PeP e Prep), imunização para Hepatite B e HPV, além de diagnosticar e tratar pessoas com HIV e Aids,  prevenir a transmissão vertical realizando pré-natal, trabalhar com redução de danos e priorizar populações chave nas intervenções educativas. “É uma doença que não tem cura, mas tem um excelente controle quando há adesão ao tratamento que permite uma boa qualidade de vida”, finalizou Carvalho.

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