Apesar de ser um dos destinos mais procurados e ser apontado como um dos mais seguros pelo Ministério do Turismo (Mtur), o número de embarques e desembarques caiu em Alagoas no primeiro trimestre deste ano.
Dados da seção Mercado de Transporte Aéreo da Agência Nacional de Aviação (ANAC), analisados pela Agência Tatu, mostram que o estado apresentou uma redução de 17,3% no número de embarques e desembarques no Aeroporto Zumbi dos Palmares nos primeiros três meses deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado. Enquanto nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 foram registrados 564.8 mil passageiros, em 2021 o número foi de 467.3 mil.
Ainda de acordo com os dados, se comparado o primeiro trimestre de 2021 ao ano de 2019, quando a pandemia ainda não havia sido decretada pela Organização Mundial da Saúde, a queda é ainda mais expressiva. O número de passageiros pagos, ou seja, a soma de embarques e desembarques de 2019 fica em 600 mil pessoas, representando uma diferença de mais de 133 mil pessoas.
Para o mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Alagoas, Lucas Sorgato, a pandemia da Covid-19 afeta não apenas o mercado aéreo, mas também diversos setores ligados e impulsionados por ele.
“Não dá para afirmar que a maioria dos turistas chega aqui pelo aeroporto, porque Alagoas tem uma conexão muito grande, uma logística muito boa com todos os estados do Nordeste e você tem aí um fluxo de turistas por terra que é significativo. A gente sabe o seguinte: os turistas que vêm de fora do estado, via aérea, vem principalmente de São Paulo e se for de outro país, vem principalmente da Argentina. Se eu tenho uma redução da quantidade de pessoas que vem para Alagoas, eu tenho menos turistas gastando dinheiro no estado, no shopping, em vestuários, no centro. Por conta disso, as empresas que estão revendendo, compram menos da indústria”, explica.
Ainda de acordo com Sorgato, não é possível projetar a recuperação tanto do setor aéreo como de outros setores que contribuem para a economia alagoana. “É algo incerto, mas, se a gente analisar o que aconteceu no final de 2020, talvez seja uma recuperação mais rápida e otimista do que em outras regiões. Quando ocorreu a liberação o ano passado muitos hotéis nossos apresentaram taxas de ocupação de 100%, os voos voltaram a lotar, o pessoal voltou a vir para o estado. Quando isso vai ocorrer a gente não sabe, provavelmente quando a vacinação se desenrolar melhor”, finaliza o economista.
*Estagiária sob supervisão da Editoria