O mercado imobiliário vem registrando alta nos preços dos imóveis em Maceió. Em apenas 4 anos, entre 2019 e 2022, o metro quadrado na cidade saltou de R$4.992 para R$6.494, em média. Um aumento de mais de 30% fez com que Maceió se tornasse a segunda capital do Brasil e a primeira do Nordeste com o maior aumento imobiliário no período analisado.
Os dados, coletados pela Agência Tatu, foram compilados pelo FipeZAP, uma parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e a plataforma de anúncio de imóveis ZAP.
De acordo com o estudo, o preço médio dos imóveis residenciais em Maceió vem sofrendo aumentos constantes. Em 2020, o valor subiu 2,57%; já em 2021, 14,48%; e, por fim, mais 10,78% em 2022, fazendo com que o preço médio do metro quadrado chegasse a mais de R$6 mil na capital.
Entre todas as cidades do Brasil monitoradas pelo FipeZAP, a única capital que apresentou uma variação superior à de Maceió foi Vitória, no Espírito Santo, com um aumento de 34,5%. Maceió ficou à frente de grandes cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, que tiveram um aumento de 9,74%, 8,31% e 2,71%, respectivamente.
No Nordeste, Maceió teve mais que o dobro do aumento registrado em João Pessoa, segunda capital com a maior variação da região (14,8%), seguida por Salvador (7,62%), Recife (4,07%) e Fortaleza (2,98%).
O QUE ACONTECEU?
Rafael Eneas, corretor da empresa Rico Imobiliária, explica que a variação no valor de venda é normal e há influência de diversos fatores. “Muita coisa pode acabar influenciando nos valores, algo que é importante é a questão da comodidade. Por exemplo, existem condomínios que são mais simples e outros que possuem área de lazer completa. Além disso, os valores da parte baixa da cidade sempre vão ser mais caros, pois as construções acabam seguindo padrões mais luxuosos”, relata.
Além disso, para Eneas, os juros de crédito e a oferta e demanda também são fatores determinantes para o preço final de imóveis.
Já para Wilker Gabriel, da Remax Imobiliaria, a principal influência no preço dos imóveis é o Índice Nacional da Construção Civil (INCC). “O índice teve um aumento muito grande no início dessa pandemia. Isso somado ao crescimento da demanda e à escassez de espaços para construção nos bairros mais visados, como a Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca, ocasionou essa elevação nos preços do metro quadrado em Maceió”, afirma.
AFUNDAMENTO DOS BAIRROS
Wilker esclarece que o crescimento da demanda também se deu pela busca de imóveis gerada pelas mais de 50 mil pessoas que precisaram sair dos bairros atingidos pela mineração irregular de sal-gema pela petroquímica Braskem. Ele estima que esse acontecimento foi responsável por aquecer o mercado em pelo menos 60%.
Tanto Wilker quanto Eneas acreditam que o valor dos imóveis permanecerá crescendo pelos próximos anos.
ESTUDO
A FipeZAP realiza periodicamente o levantamento dos valores do m² em 50 cidades do Brasil. 46 das 50 cidades monitoradas pelo índice apresentaram aumento exponencial no preço de venda, sendo que, em 18 delas, essa variação superou a inflação ao consumidor medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
*Estagiário sob a supervisão da Editoria