Pessoas extremamente bondosas e avós amorosos. É assim que são definidos os aposentados Luiz da Silva e Erivalda Pereira, nomes que figuram entre as duas mil e duas mortes do novo coronavírus em Alagoas. Moradores da cidade sertaneja de Batalha, o casal faleceu em decorrência da doença em julho, aos 93 e 83 anos, respectivamente.
“Meus avós eram tão amorosos, especialmente minha avó que fazia questão de demonstrar o quanto amava os netos. Já o meu avô, embora fosse uma pessoa calada, fazia questão de agradar os netos e amava a todos da maneira dele. Impossível dizer em palavras o que me faz falta em relação a eles. Embora distantes, faziam questão de se manter presentes de alguma forma”, lembra a neta Monique Rodrigues, bacharel em Direito e moradora da Capital alagoana.
O relato reforça que, além de números, são pais, mães, avós, filhos, amigos deixaram saudade e lembranças para as pessoas mais próximas. De acordo com dados divulgados no Monitor da Covid-19 da Agência Tatu, Alagoas chegou aos 2.002 óbitos pela nesta quinta-feira (17), conforme informado pelo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Então, acho que tudo me traz saudade, em muitos momentos do meu dia é quase automático lembrar deles. É difícil preencher o vazio que ficou, mas as lembranças diminuem um pouco a dor”, conta Monique.
Com a primeira morte registrada pela doença em 1º de março, 23 dias após a confirmação do primeiro caso em Alagoas, na última semana, Alagoas apresentou uma média de quase sete mortes por dia.
Com isso, o estado conta atualmente com a 3ª menor incidência de mortes por Covid-19 do Nordeste, com um índice de 59 mortes a cada 100 mil habitantes, ficando atrás da Bahia (40) e do Maranhão (51). Em todo o país, Alagoas possui a 10ª menor incidência.