O melhor carnaval de todos os tempos! Veja como foi o carnaval pós pandemia da Gripe Espanhola

Relatos trazem esperança de comemoração após pandemia da Covid-19

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Todo carnaval tem seu fim. E chegamos ao fim de uma das festividades mais esperadas do ano pelos brasileiros: O carnaval. Assim como no ano passado, infelizmente não tivemos glitter, fantasias e bebidas de procedência desconhecida, que eram comuns nas grandes festas públicas antes da pandemia da Covid-19.

Apesar do cenário atual, que mostra alta taxa de contaminação pelo coronavírus mesmo após dois anos dos primeiros casos, a expectativa é de uma grande comemoração quando tudo isso passar, assim como o que aconteceu após a Gripe Espanhola, em 1919.

Mas o que foi a gripe espanhola?

A epidemia da gripe espanhola matou milhares de brasileiros em um curto espaço de tempo, sobrecarregou o sistema de saúde e impediu que famílias sepultassem seus mortos. Cenário bem semelhante ao visto durante a pandemia do “novo” coronavírus. Naquele período acabava ainda a Primeira Guerra Mundial, que também trouxe efeitos devastadores para vida social e econômica em todo o mundo.

O local de origem da gripe não é conhecido até hoje. O nome  “espanhola” foi colocado porque a Espanha teria sido o primeiro país a noticiar de forma completa a doença, já que estava neutra com relação à Primeira Guerra Mundial. A gripe se expandiu por todo o mundo, matando entre 20 e 50 milhões de pessoas. Foram 40 mil vítimas no Brasil, com maior número no Rio de Janeiro, que teve uma estimativa de 15 mil mortes.

Valas coletivas foram abertas e há registros de que, no Rio, corpos eram largados no meio da rua ou em bondes. Coveiros eram contratados às pressas para substituir os que acabavam contraindo a gripe, adoecendo e morrendo.

Após dois meses, o pico da doença passou e a imunidade foi conquistada ao longo do ano. No entanto, as consequências emocionais  e econômicas permaneciam, especialmente na cidade do Rio de Janeiro.

O maior carnaval de todos os tempos!

Após todo esse cenário de tragédias, 1919 chegou com a promessa de ser um ano melhor, e a folia do Rei Momo celebrada naquele ano dava esse tom.

Os relatos históricos apontam que, naquele ano, o Rio de Janeiro teve a maior festa de carnaval de todos os tempos.

Em 1919 a comemoração teve adicionais significativos. A divulgação e expectativa da mídia era alta, concessionárias aproveitavam a euforia em suas propagandas, marcas de cervejas abriram reservas para compra das bebidas bem antes do início da festa e as marchinhas eram temáticas da gripe, afinal, todos tinham sobrevivido ao “fim do mundo”.

“O Carnaval de 1919, contra todas as expectativas causadas pelo ano de flagelos que o precedeu, foi apenas um recorde de animação, de luxo, de alegria e de bom gosto” afirma o Correio da Manhã, um dos principais jornais impressos do Rio na época, na quarta-feira de cinzas após a festa.

“Não há tristeza que possa suportar tanta alegria. Quem não morreu da ‘espanhola’, quem dela pôde escapar, não dá mais tratos à bola, toca a rir, toca a brincar”, mais um trecho de uma marchinha publicada no jornal impresso Correio da Manhã, de 20 de janeiro de 1919. O clima era esse. De comemorar a sobrevivência à mutação do vírus do H1N1.

Após pouco mais de 100 anos vivemos situação parecida, com uma pandemia que vitimou, somente no Brasil, quase 650 mil pessoas. Mas a lembrança da gripe espanhola tem o poder de nos trazer a esperança de retorno à normalidade após tantas mudanças e perdas trazidas por uma doença. Que em 2023 venha o maior e melhor carnaval de todos os tempos.

*Estagiária sob a supervisão da Editoria

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