Em 12 anos, diagnósticos de câncer de mama aumentam 56% no Brasil

Nordeste é a segunda região em número de casos; Ministério da Saúde recomenda mamografia a partir dos 40 anos

Câncer de mama
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O número de diagnósticos de câncer de mama aumentou 56,76% no país entre 2013 e 2024. De acordo com dados do Painel Oncológico do DataSus, nesse período foram registrados mais de 600 mil casos de câncer por meio dos sistemas de informação do Ministério da Saúde.

De acordo com levantamento feito pela Agência Tatu, só no Nordeste a variação percentual de casos diagnosticados entre 2013 e 2024 registrou um aumento de 82,72%, registrando um total de 146.268 casos nos 12 anos analisados.

Veja o aumento de diagnósticos de câncer de mama em cada estado do Nordeste no período:

Variação percentual de diagnósticos de câncer de mama por estado do Nordeste, 2013–2024

Gráfico de barras comparando a variação percentual de diagnósticos de câncer de mama por estado do Nordeste, 2013–2024.
Rio Grande do Norte304,94%
Maranhão261,68%
Piauí94,42%
Paraíba74,54%
Sergipe68,35%
Bahia61,47%
Alagoas55,27%
Pernambuco38,05%
Ceará23,56%

Com mais de 16 mil novos diagnósticos só em 2024, o Nordeste é a segunda região do país com maior incidência de casos. No ano passado, o Rio Grande do Norte foi o estado do país com a maior proporção de casos diagnosticados, 83,09 a cada 100 mil habitantes. 

Confira a incidência de câncer em cada estado do Brasil:

Mamografia aos 40

O câncer de mama é um dos tipos mais frequentes entre as mulheres, e a idade é um fator determinante para o risco. Oren Smaletz, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, falou sobre a incidência da doença. “Estimativas americanas indicam que uma a cada seis ou sete mulheres vão desenvolver câncer de mama durante a vida”, afirma.

Ele explica que, embora o envelhecimento seja o principal fator, não é o único. “Existe também o papel da hereditariedade, a reposição hormonal, além do álcool e da obesidade”, detalha o especialista.

É por isso que a detecção precoce é fundamental. Smaletz ressalta a diretriz da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) para o início do acompanhamento.

“A Sociedade Brasileira de Mastologia tem recomendado que o screening ou rastreamento para câncer de mama comece a ser feito a partir dos 40 anos, porque isso tem trabalhos na literatura mostrando uma redução da mortalidade quando você começa a fazer um rastreamento mais precoce a partir dos 40 anos”

O Ministério da Saúde passou a orientar, em setembro deste ano,  o acesso à mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres na faixa de 40 a 49 anos. Para o oncologista, a medida é vital para aumentar as chances de cura.

‘Essa mudança da faixa etária, com certeza, vai fazer com que a gente possa diagnosticar mais precocemente o câncer de mama e melhorar a sobrevida das pacientes, uma vez que a gente diagnostica mais precoce e com chances maiores de cura, por outro lado, aumenta os custos governamentais e uma responsabilidade maior perante o governo para que possa fazer com que o rastreamento seja expandido para toda a população brasileira”.

Os dados de 2024 confirmam que a chegada aos 40 anos é um ponto de virada. O número de diagnósticos salta de 3.686 casos, na faixa de 35 a 39 anos, para mais de 6 mil entre 40 e 44 anos. Sozinha, essa faixa etária corresponde a 9% de todos os diagnósticos. 

Metodologia

Estagiária sob supervisão da editoria

Dados abertos

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