Chuva de granizo já surpreendeu 90 municípios do Nordeste em 5 anos

Somente nos últimos 15 dias de 2023, 17 cidades da região vivenciaram o fenômeno

chuva de granizo no nordeste
Compartilhe

Os estados nordestinos são, geralmente, conhecidos pelo calor e dias de sol em seu litoral, agreste ou sertão. Afirmar que choveu granizo na região pode gerar espanto, no entanto não é raro de acontecer. Pelo menos 90 municípios registraram chuva de granizo nos últimos cinco anos. 

Um levantamento realizado pela Agência Tatu, a partir de portais de notícias, mostra que todos os estados nordestinos já registraram chuva de granizo de 2019 a 2023. A maioria dos casos aconteceu entre novembro e janeiro. No mapa abaixo é possível conferir os registros por município.

Saiba em quais municípios nordestinos já choveu granizo

O registro mais recente foi em Coreaú, no Ceará, em 26 de dezembro

Nos últimos dias de 2023, a chuva de granizo surpreendeu os municípios de Porto Real do Colégio, Igreja Nova, São Sebastião, em Alagoas; Mata de São João, Jacobina, Ipiaú, Barreiras, Laje, Ilhéus e Caravelas, na Bahia; Paulistana, Castelo do Piauí e Pedro II, no Piauí; Coreaú, no Ceará; Chapadinha e Buriticupu, no Maranhão; e Neópolis, em Sergipe. Confira a lista no final da matéria.

De acordo com a meteorologista Morgana Viturino, do 2º Distrito de Meteorologia do Inmet em Recife, apesar de não ser frequente de acontecer, a chuva de granizo não é rara na região Nordeste e explica o motivo do fenômeno. “Esse tipo de precipitação ocorre, geralmente, nos meses de transição, final do período seco e início do período chuvoso, momento em que há mais acúmulo de energia na atmosfera. Essa condição potencializa as nuvens de chuva, podendo chover granizo”, explicou. 

chuva de granizo
Moradores de Coreaú se surpreenderam com granizo no fim de 2023. (Foto: Reprodução/G1)

A meteorologista também detalha o fato da chuva de granizo acontecer na região semiárida. “No litoral, devido à influência marítima, não se tem muita variação de temperatura e umidade. Já no interior, os contrastes são maiores e outros sistemas meteorológicos atuam e que têm o potencial de conterem nuvens mais altas, condições essas que de forma simplista formam o granizo, gotículas de água que passam para a fase sólida e caem”, pontuou Morgana. 

Falta de monitoramento 

Por falta de monitoramento com estações meteorológicas que registrem as chuvas de granizo, o Instituto de Meteorologia (Inmet) não tem dados históricos que apontem todos os locais onde o fenômeno já aconteceu. Por isso, a precipitação pode ter ocorrido em outras localidades, além dessas informadas pela reportagem. Choveu granizo no seu município e ele não está na lista? Nos informe por email: ola@agenciatatu.com.br.

Saiba em quais municípios nordestinos já choveu granizo: (clique na data para mais detalhes)

Alagoas

Bahia

Ceará

Maranhão

Paraíba

Pernambuco

Piauí

Rio Grande do Norte

Sergipe

Dados abertos

Prezamos pela transparência, por isso disponibilizamos a base de dados e documentos utilizados na produção desta matéria para consulta:

Encontrou algum erro? Nos informe por aqui.

Recomendado para você

Capa da matéria sobre empreendedores surdos do Nordeste. Fundo em azul com mãos, em preto e branco, fazendo os sinais em Libras formando a palavra Negócio Acessível".

Empreendedores surdos provam que deficiência não limita capacidade de ter a própria empresa

Reportagem especial traz histórias de três empreendedores surdos e seus negócios
prefeitos do nordeste

Prefeitos do Nordeste ficam milionários e aumentam patrimônio em até 36 vezes nos últimos quatro anos

R$ 150 mil a R$ 4 milhões: conheça os prefeitos que multiplicaram seu patrimônio enquanto governavam cidades com PIB abaixo da média.
mina subterrânea da Braskem ameaça afundar em Maceió após novos tremores

Caso Braskem: mina subterrânea ameaça afundar em Maceió após novos tremores

Mineradora é responsável pelo crime ambiental registrado na cidade
idh pandemia

Apesar de menor queda do IDH na pandemia, Nordeste segue com menores índices do país

Impacto da crise sanitária foi analisado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento