Janeiro roxo: novos casos de hanseníase caem em Alagoas

Dados vão de 2017 a 2021; estado acompanha tendência observada no país

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Manchas na pele, alteração de sensibilidade e, em alguns casos, comprometimento dos nervos. Esses são alguns sinais e sintomas da hanseníase. Durante o mês de janeiro, entidades de saúde reforçam os cuidados e prevenções sobre a doença que, nos últimos cinco anos, registrou 1.705 casos em Alagoas.

Ainda de acordo com os dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), analisados pela Agência Tatu, nos últimos anos o estado apresentou uma redução no número de diagnósticos registrados. Enquanto em 2018 foram 447, em 2019 foram 372 diagnósticos. Já em 2020 foram 274 registros e, em 2021, 220 novos casos, o menor registrado no período de análise.



Essa redução de registros acompanha uma tendência nacional. Em todo o país foram registrados em 2017 34662 novos casos, já em 2018 foram 36.823. No ano seguinte, 2019, foram 36.217. Em 2020 foram 23.220 novos diagnósticos e, no ano passado, 14.686.



Hanseníase

A hanseníase é uma doença causada por uma bactéria, o bacilo de Hansen ou Mycobacterium leprae. O diagnóstico clínico ocorre através do exame dermatoneurológico, em que o médico examina toda a superfície da pele da pessoa em busca de lesões.

A campanha do Janeiro Roxo intensifica ações voltadas ao diagnóstico precoce e tratamento da doença que, mesmo tendo cura, pode deixar sequelas caso tratada tardiamente.

Segundo a dermatologista Régia Ribeiro, existem mais  procedimentos para o diagnóstico.  “Podemos utilizar também o teste de sensibilidade térmica, visto que esses pacientes apresentam alteração dessa sensibilidade, geralmente sem percepção do quente e do frio, como também avaliamos a sensibilidade dolorosa e tátil que podem estar alteradas em casos mais graves”, esclareceu.

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Classificações da hanseníase / Universidade Federal de Catalão (UFCAT/UFG)

A dermatologista também explica que a doença pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas que é menos comum em crianças. A forma de contágio acontece por transmissão respiratória nas pessoas mais suscetíveis e com convívio íntimo prolongado.

Para quem foi diagnosticado com a doença, é importante que comece o tratamento da maneira mais rápida possível. “O tratamento está disponível apenas na rede pública de saúde, tendo duração de seis meses. O  método utilizado é a multidrogaterapia (U-MDT), composta por três antibióticos: rifampicina, clofazimina e dapsona”, pontuou a dermatologista.

O diagnóstico e tratamento é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é disponibilizado em unidades básicas de saúde.

A hanseníase, que já foi conhecida como lepra, é uma das doenças mais antigas que se tem registro, com casos identificados a mais de 4000 anos. A transmissão acontece por meio da convivência prolongada com um portador da forma multibacilar da doença, que não está em tratamento, com gotículas de saliva ou secreções do nariz.

Para padronizar a metodologia e os dados utilizados nesta matéria, optamos por extrair as informações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, que por terem passado por atualização em outubro de 2021 podem apresentar divergências em relação a dados de boletins anteriores ou coletados diretamente junto ao estado.

*Estagiária sob supervisão da editoria.

Dados abertos

Prezamos pela transparência, por isso disponibilizamos a base de dados e documentos utilizados na produção desta matéria para consulta:

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