AL já teve mais afogamentos em 2021 que em todo o ano passado

De 1º de janeiro a 6 de outubro de 2021 foram 252 casos registrados, enquanto em 2020 foram 242

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O litoral alagoano é rico em belezas naturais e conhecido pelos seus milhares de pontos de banho, atraindo durante todo o ano turistas de todos os lugares do mundo. No entanto, a falta de atenção e, muitas vezes, a negligência são os principais fatores que levam ao afogamento no estado, que registrou 885 afogamentos de 2018 até agora.

De acordo com os dados do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), analisados pela Agência Tatu, somente de 1º de janeiro deste ano até quarta-feira (6) já foram registradas 252 ocorrências de afogamento, ultrapassando o total do ano passado (242). Marechal Deodoro aparece com a maior quantidade de casos até agora, com 140 afogamentos, enquanto que Maceió registrou 101 acidentes aquáticos.

A cidade contabiliza ainda o maior número de registros de todo o período analisado, que compreende 1º de janeiro de 2018 a 6 de outubro de 2021, com 493 afogamentos. Na sequência vem a capital do estado, Maceió, com 326 casos de afogamentos. Além dos dois municípios, mais 13 apresentaram ocorrências em AL no período analisado.



Confira os casos a cada ano

No ano de 2018 foram registrados 153 ocorrências de afogamentos no estado de Alagoas. Deste total, Marechal Deodoro foi responsável por  91 ocorrências, enquanto Maceió registrou 47 casos.

Em 2019 o número de ocorrências no estado foi para 238, ou seja, 55,5% a mais do que no ano anterior. A cidade de Marechal Deodoro continuou na primeira posição em casos e registrou 160 afogamentos, registrando um crescimento de quase 57% de afogamentos. Já Maceió registrou no mesmo ano 61.

2020, ano em que a pandemia trouxe mais regras para o isolamento social, ficou com a marca de 242 acidentes com vítimas de afogamento. Marechal Deodoro somou 102 afogamentos, enquanto Maceió registrou um aumento de 52%, passando para 117 casos.



Segundo o CBMAL, o aumento expressivo em 2021 acontece por diversos fatores, como a volta dos banhistas às praias depois do período de isolamento da Covid-19, a permanência de famílias em casas de veraneio e o crescimento significativo do turismo. Neste último caso especificamente, milhares de turistas que, muitas vezes, nunca tiveram contato com praias, chegam ao local e se lançam ao mar sem conhecer os riscos do território, gerando muitos acidentes.

Outros pontos de Alagoas também registram casos de afogamento. “Os interiores têm, em grande parte, rios, açudes e piscinas. Estes apresentam riscos de afogamento, mas têm um público 'fixo' que em sua maioria estão acostumados com os riscos apresentados. Além disso, não há grande variação de população através do turismo, o que termina por estagnar o aumento de afogamentos”, pontuou sargento Társis, salva-vidas do CBMAL.

O sargento detalha ainda que os casos mais comuns de afogamento são os resgates. “Essa situação se dá quando a vítima cai em uma corrente de retorno, não consegue retornar para a areia, mas não chega a se afogar, pois os guarda vidas já a retiram antes do afogamento acontecer.  Em segundo lugar, vem as ocorrências de  'Grau 1', situação em que a vítima aspira pouca água e só apresenta tosse”, afirmou ele.

Atividades Comunitárias 

De 2018 pra cá foram realizadas 10.153 atividades comunitárias, que tem o intuito de dar orientações e cuidados para os banhistas que frequentam as praias. São atividades em que o Corpo de Bombeiros Militar oferece apoio e realiza prevenção de acidentes por meio de colocação de placas informativas nas praias, pulseiras de identificação, orientação para banho e orientações de cuidados com animais marinhos.

Cuidados que o banhista deve ter 

  • Primeiro, assim que chegar na praia, rio, lago ou piscina, procure o Guarda-Vidas (GVs) e pergunte o melhor local para banho. Eles indicarão os locais mais tranquilos, sem incidência de correntes;
  • Na ausência do GV, pergunte a barraqueiros, ambulantes, pescadores e/ou nativos da região qual o local mais tranquilo daquela localidade para se banhar;
  • Observe e siga as orientações das placas e/ou bandeiras de sinalização presentes na praia e nos calçadões;
  • Se não conhecer o local, se banhe até a altura da cintura, principalmente em praias com incidência de ondas, onde correntes de retorno são mais frequentes e têm mais força, puxando mar adentro;
  • Evite ingerir bebida alcoólica antes de entrar no mar, pois o álcool potencializa a coragem e o destemor;
  • Observe e sempre esteja próximo (1,5 metro) das crianças quando estiver no mar. São vários os casos de crianças que, mesmo perto de adultos, se afogam ou se perdem;
  • Pedir ao Guarda-Vidas pulseiras de identificação para as crianças assim que chegarem à praia;
  • Se perceber algum afogamento, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros, através do Guarda-Vidas ou ligue 193 na ausência deles.
  • Jamais tente resgatar um afogado se não tiver técnica e treinamento para isto.

*Estagiária sob a supervisão da editoria

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