Cinco anos da Tatu: veículo inspira iniciativas independentes

Startup alagoana se tornou referência para profissionais e entusiastas da área

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Startup alagoana se tornou referência para profissionais e entusiastas da área

Karina Dantas

Iniciativa de três estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Agência Tatu inovou ao empreender utilizando dados. Passados cinco anos do lançamento oficial, a agência cresceu e se especializou naquilo que se propôs desde o início: produzir material jornalístico relevante a partir da exploração e visualização de dados.

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Conseguindo colocar em prática as metas e objetivos, o veículo também contou com premiações e financiamentos para aceleração, como a do Google e da Meta. Assim, a Agência Tatu se tornou referência no Nordeste para muitos estudantes, profissionais e iniciativas independentes, que pesquisam ou utilizam o jornalismo de dados ou jornalismo local.

Esse é o caso da jornalista Géssika Costa, que compôs a equipe da agência logo no início, quando sequer havia retorno financeiro. “Acho que a gente passou até uns oito ou nove meses sem nenhum tipo de salário. Indo por amor e por acreditar naquele projeto. (…) Eu entrei [na agência] para tentar fazer matérias e não conhecia muito do jornalismo de dados, achava que era difícil e aí fui aprendendo com o Lucas, com a Grazi e, principalmente, com muita paciência”.

Géssika é fundadora do coletivo de mídia independente em Alagoas, Olhos Jornalismo, e conta como o período que passou na Agência Tatu somou para seu conhecimento pessoal e profissional, a ajudando, inclusive, na elaboração de reportagens que utilizam dados.

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Géssika Costa, fundadora do coletivo Olhos Jornalismo. Foto: Acervo Pessoal.

“É claro que inspira, né? Em termos de entender que no jornalismo independente existem modelos de negócios que podem ser frutíferos e o quanto o trabalho árduo pode conquistar, no futuro, coisas interessantes como a Agência Tatu conquistou e hoje já está bem postada no mundo digital do jornalismo. Então, de fato, são algumas coisas que inspiram até mesmo no dia a dia, como, por exemplo, produzir um tipo de matéria com algum tipo de dado, saber extrair e mostrar isso para o leitor da melhor forma, eu aprendi sim essa didática na Agência Tatu”, relata Géssika Costa.

Nos anos iniciais, a Agência Tatu contou com o apoio de diversas pessoas e uma delas foi a professora do curso de Jornalismo da Ufal, Magnólia dos Santos, que, inclusive, orientou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do co-fundador da Agência, Lucas Thaynan, que apresentou como projeto a criação da startup de jornalismo de dados.

A professora da Ufal considera que a agência representa o empreendedorismo de sucesso no jornalismo alagoano, pois é um trabalho pioneiro e que, para isso, é preciso muita credibilidade, ousadia e persistência.

“O jornalismo de dados é necessário para o cidadão, pois ele não consegue acessar os dados diretamente através da lei da transparência, é necessário que haja um mediador e o jornalismo de dados faz esse papel. (…) Eu acho que todo o trabalho que vocês realizam, todas as pautas têm uma importância muito grande, porque eles não fazem simplesmente um trabalho técnico, eles realmente fazem um trabalho jornalístico, então cada pauta tem um contexto do que está acontecendo no momento, e isso é muito importante”, explica a professora.

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Magnólia Santos, professora dos cursos de Comunicação da Ufal. Foto: Acervo Pessoal.

Por vezes, a doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Magnólia dos Santos, convidou integrantes da Agência Tatu para participar como palestrantes em disciplinas que ela ensina na graduação e pós-graduação da Ufal, como forma de explicar e incentivar outras pessoas a trabalharem com a coleta e visualização de dados.

“Acho que esse é um campo não só de trabalho, mas um campo de estudo. Toda essa metodologia de apuração e de investigação é importantíssima e dialoga diretamente com a ciência e com o jornalismo científico. Então, essa é a razão pela qual eu sempre conto com a colaboração da agência, porque o jornalismo de dados precisa ser melhor divulgado”, disse Magnólia.

Para a co-fundadora da Agência Tatu, Graziela França, é de uma honra imensa ser usada como referência por outros profissionais do jornalismo, estudantes e iniciativas diversas.

“A gente vem, ao longo dos últimos anos, conversando com diversos estudantes e iniciativas de Jornalismo. Para nós é muito importante ter esse contato, falar da nossa história e da nossa caminhada, pois sabemos a diferença que faria se tivéssemos encontrado pessoas que passaram pelos mesmos ‘perrengues’. Também é uma satisfação poder incentivar novos negócios na área”, relata.

Este é um conteúdo especial de comemoração do aniversário de cinco anos da Agência Tatu.

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